quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O Rio São Francisco

Mendel é um holandês que fala mal o português mas escreve muito bem. Abaixo segue um texto escrito por ele, que vale a pena ler. Escrito diretamente do agreste da Bahia, nos dá uma idéia bem real do que é a questão do Rio São Francisco e da greve de fome do bispo D. Luis Cappio.


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Queridos amigos e amigas

Estou escrevendo com um pedido a todos. Espero que encontrem tempo para ler este email, e se puderem, fazer alguma coisa. E que o espalhem para todos que possam se interessar em fazer algo.

Desde fim de setembro nós (Mendel Hardeman e minha mulher Susanne) estamos no interior da Bahia, na região de Canudos, trabalhando na realização de um documentário entitulado "O Mar do Conselheiro".

No dia 21 de outubro, em Canudos, conheci um homem muito especial. Ele veio almoçar na pousada onde nós estávamos hospedados, e como o lugar é pequeno e não havia mesas suficientes para todo mundo, ele e seus dois acompanhantes se desculparam e vieram sentar conosco na nossa mesa. Era um homem simpático e muito sereno, com uns 60 anos de idade, que falava de maneira pausada e bem-pensada. Começamos a conversar, e quando ele terminou de comer eu perguntei pelo seu nome. Eu já imaginava quem deveria ser, mas queria ter certeza. Um dos homens que lhe acompanhava respondeu por ele, e disse: "Ele é, você sabe, " - no que eu completei: "Bispo Luís Cappio?"

Eu sabia que Dom Luís estaria dando uma palestra em Canudos naquela noite. Ele é bispo da cidade de Barra - BA, às margens do São Francisco. O São Francisco é a artéria principal de água em todo o semi-árido nordestino. Sem o São Francisco, o clima no Nordeste inteiro se tornaria tão seco que qualquer forma de vida humana se tornaria insustentável. Já há muitos anos o rio está sendo afetado por grandes obras: Hidrelétricas que fornecem eletricidade para o Nordeste todo, e projetos de irrigação gigantescos que possibilitam a produção em escala inconcebível de uvas para exportação no meio do semi-árido. As uvas são irrigadas através de sistemas caríssimos, enquanto a população a poucos quilômetros de distância é dependente de um carro-pipa para o seu consumo diário.

Na construção deste tipo de projetos, normalmente a população local é levada a deixar suas terras para dar lugar a empreendedores do exterior ou do Sul e Sudeste do Brasil. Com isso, esta população acaba vivendo em terras tão afastadas do rio que a água para irrigação e consumo se torna muito cara. Enquanto isto, as empresas que tem um forte lobby junto ao governo recebem as terras mais férteis, com água a baixo custo por estarem pertos do rio. Depois de todas estas obras, o Rio São Francisco está sofrendo uma morte lenta. Já há muitos anos, o governo Federal reconheceu que o rio está agonizante, e que deveria-se fazer planos para revitalizá-lo. Estes planos nunca saíram do papel. O que sim saiu do papel foi o plano megalomaníaco da transposição do rio para o interior do Ceará, um plano que foi formulado durante o Império de D. Pedro II e que nunca ninguém teve a "audácia" de realizar. Serão construídos uma série de canais grandes que levarão água para que no interior do Ceará seja possibilitada a irrigação de plantações de empresários provenientes do Sul e Sudeste do Brasil, além de culturas de peixe e camarão.

O governo Lula defende este plano dizendo que 12 milhões de "brasileiros pobres" terão os benefícios desta transposição. Mas quem analisa os dados vê que três quartos da água se destina `a irrigação do agronegócio, outros 20% irão para a indústria, sobrando exatamente 4% para a população local. Além disso, o preço que estes consumidores terão de pagar para receber esta água é tão alto (devido aos custos do projeto) que nenhum "brasileiro pobre" terá condições de pagá-lo. E o que é pior, o rio sofrerá danos irreparáveis. Todos conhecem a música de Luís Gonzaga: "O Rio São Francisco vai bater no meio do mar..." - esta frase hoje já não é mais real. Um fato pouco divulgado é que nos últimos anos o Rio São Francisco tem sido tão fraco durante a estiagem que o Oceano Atlântico está entrando rio adentro, em vez de o Rio entrar no Oceano. Tendo como consequência a salinização das terras da população ribeirinha na foz.

No Brasil, normalmente costuma-se dar voz aos fortes, e raramente aos fracos. Os fortes, que tem dinheiro, crêem ter com isso também mais direitos que o fraco. E o fraco é pisado. Quem tem dinheiro tem influência na política e na mídia, quem não tem dinheiro não tem acesso a nada; sua voz não precisa ser ouvida. A não ser que ele grite muito alto, com muitas vozes ao mesmo tempo. Porque quem é que teria interesse em ouvir a voz de um camponês analfabeto da caatinga? Ele só aparece na mídia se falar daquilo que todos já sabem - reclamando da seca e esperando que no ano que vem Deus mande mais chuva; e exigindo o paliativo que o governo deve mandar na forma de um carro-pipa...

Nós acabamos de passar uma semana no município de Macururé - BA, às margens do São Francisco. Apesar da proximidade do rio, o município está em estado de emergência por falta de água, e a população do interior do município é obrigada a caminhar quilômetros e quilômetros todos os dias à procura de água para os seus animais. Para quê transpôr o rio por centenas de quilômetros, se até hoje nenhum governo se preocupou em fornecer água às pessoas que moram quase à beira dele? A transposição não vai mudar em nada a vida do povo de Macururé, que na sua maioria é analfabeta, não tem nenhum poder político ou financeiro, e por isto nunca esteve em nenhuma lista de beneficiados.

Dom Luís Cappio passou sua vida inteira lutando pelo Rio São Francisco e suas populações ribeirinhas, que dependem do rio para o mais básico que todo ser humano busca: a sobrevivência diária. Nos anos '90 ele organizou a Marcha pelo São Francisco, uma marcha de organizações populares e ONG's desde a nascente do Rio, em Minas Gerais, até o lugar onde ele se encontra com o Oceano Atlântico, inventarisando as histórias de todas as populações ribeirinhas.

Quando, em 2005, os planos para a transposição foram apresentados sem que tivesse havido qualquer forma de consulta das populações locais, Dom Luís Cappio entrou em greve de fome. Ele sempre fez campanha para Lula e para o PT, porque este era o único partido de porte que enxergava a população do semi-árido - os outros sempre têm se mantido cegos e surdos. Mas o próprio bispo reconhece o problema atual: o PT pôde se manter no poder graças ao apoio de grandes empresas, principalmente empreiteiras, que agora exigem o retorno em forma de grandes obras. O fato de a transposição ser tão mal projetada que mais de 40% da água se perderá através de evaporação antes de chegar ao seu destino, pouco importa - o que importa é que há uma Grande Obra a ser feita, e muito dinheiro a ser dividido.

A greve do bispo em 2005 se tornou manchete mundial. Depois de 11 dias o governo Lula se viu tão pressionado que prometeu rever o projeto e iniciar amplas consultas com as populações locais. Dom Luís interrompeu sua greve de fome, e todos os envolvidos no sertão nordestino - que são muitos - se articularam e ficaram esperando o próximo passo do governo. Mas nada aconteceu. O governo não cumpriu suas promessas. O projeto foi revisto, mas sem consulta local nenhuma, e reapresentado como "projeto definitivo".

E de repente o exército apareceu às margens do São Francisco, e cercou a região onde as obras seriam iniciadas. Nem mesmo durante a ditadura militar houve a necessidade de defender, com tanques de guerra e artilharia, uma obra que se afirma ser para o bem da população local. As obras começaram, bem protegidas do ódio desta mesma população. E a mídia pouco comentou...

No dia 27 de novembro, 5 semanas depois do dia em que eu lhe conheci em Canudos, o Bispo Dom Luís Cappio iniciou sua segunda greve de fome. Hoje entra no vigésimo terceiro dia.

Enquanto isto, o governo Lula mantém o mito dos 12 milhões de pobres que serão atendidos. Se alguém se preocupasse com estes pobres, os R$ 20 bilhões (ou seja, um 2 seguido de dez zeros) que a obra deve custar até que seja terminada, dos quais R$ 6 bilhões serão gastos durante o governo Lula, seriam usados de outra forma. 20 bilhões equivale a 10.000 x R$ 2 milhões, ou seja, dez mil pequenas localidades no semi-árido (nem sequer há tantas localidades no semi-árido) poderiam receber dois milhões de reais cada, para resolver o problema da falta de água de suas populações do modo mais apropriado para cada local, com ampla consulta de todos os envolvidos e sem precisar de tanques de guerra.

Enquanto isto a mídia pouco informa sobre a situação na região. Para quem lê a revista Veja, na semana passada esta revista publicou um artigo sem pé nem cabeça, cuja única intenção era ridicularizar o bispo, sem fornecer nenhuma informação concreta. Cito a reação de um leitor indignado:

"Parecem não conheçer a ordem dos franciscanos. Digo isso porque nas entrelinhas tentam zombar, subestimar, e até mesmo ridicularizar uma reputação tão séria e respeitosa como tem sido a vida de Dom Cappio, a quem devo profundo respeito, embora não professando fé católica. Engraçado que os políticos e a mídia pensam que os religiosos são iguais a eles, pois digo, não o são. Um religioso é um mártir vivo, durante 24 horas do dia, ele não apenas morre por uma causa. Ele vive em função dessa causa. O governo deveria agir mais sensatamente com esse caso, estão dando pouca significancia da influencia da ICAR na vida nacional."

Esta questão toda não me deixa em paz. Desde que cheguei no Sertão tenho me sentido tão em casa e me identificado tanto com a gente daqui que não sou capaz de deixar de ver o que está acontecendo. Durante o dia é difícil pensar em outra coisa, e à noite não durmo porque as palavras do bispo, na palestra daquela noite em Canudos, ecoam pela minha cabeça. Palavras fundamentais, sobre Mahatma Gandhi e sua resistência pacífica, e sobre a questão "Quando é que vale a pena dar a vida por alguma coisa?". Me pergunto o que é que eu posso fazer, mas ainda não encontrei a resposta.

Acabo de ouvir no Jornal Nacional que Dom Luís Cappio foi internado depois de ter perdido a consciência. Deixei de jantar e decidi que caso nada mude nos próximos dias, deixarei de comer durante o Natal também - passarei os dias 24 e 25 sem comer. Se penso naquele homem que estava sentado ao meu lado naquela mesa, não consigo engolir comida nenhuma.

O único que posso fazer neste momento é pedir a todos vocês que visitem o seguinte site:

Uma Vida pela Vida - http://www.umavidapelavida.com.br

Ali se encontra toda a documentação relevante para quem procura saber mais sobre este tema. E pedem a todos aqueles que queiram apoiar a ação em defesa do Rio São Francisco e as populações ribeirinhas, que baixem uma manifestação de apoio, e a mandem para o endereço indicado.

E quem se interessar: Continue pesquisando! Se informe! É medonho ver como o povo do Brasil sabe tão pouco sobre toda esta história... Procure na internet! Discuta! Tenha uma opinião baseada em dados concretos! E cuidado para não se perder no labirinto de cifras que o Governo construiu para enganar quem não conhece a situação na região. Não que os cálculos do Governo estejam mentindo de forma aberta - mas sim, são um ajuntamento de meias-verdades tão bem feito que até eles mesmos parecem acreditar no que dizem.

Para você o Rio São Francisco pode parecer muito longe, mas esta questão é de importância fundamental para grande parte do Brasil.

E por favor: espalhe esta mensagem!!! Mande este email para todas as pessoas das quais você acha que elas possam se interessar no tema! É URGENTE!

Finalizando, eu queria pedir a todos aqueles que crêem num Deus maior que nós seres humanos, que ponham toda esta questão perante Ele em oração.

Um forte abraço!


Mendel

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Máquina do Tempo



Imaginei então uma situação interessante. Alguém inventa uma máquina do tempo. E vai testar. Escolhe uma data aleatória? 1989, por exemplo?
e aperta um botão. A máquina traz para o presente ninguém menos que Luis Inácio Lula da Silva. Aquele de vinte anos atrás. Lula chega meio
zonzo:
- O que é isso, companheiro?
Sem entender o que acontece, Lula é recebido com carinho, toma uma água, senta-se num sofá e recupera o fôlego.
- Onde eu tô?
- No futuro, Presidente. Colocamos em prática a Teoria da Relatividade!
- Futuro? Logo agora que vou ganhar do Collor, pô! Me manda de volta pro passado! Zé Dirceu! Zé? Cadê o Zé?
- Calma, Lula. Aproveite para dar uma olhada no seu futuro. Você é o presidente da República!
- Eu ganhei?
- Não daquela vez. Mas ganhou em 2002. E foi reeleito em 2006!
- Reeleito? Eu? Deixa eu ver, deixa eu ver!!!
E então Lula senta-se diante de um televisor de plasma. Maravilhado, assiste a um documentário sobre os últimos 20 anos do Brasil. Um sorriso escapa quando a eleição de 2002 é apresentada.
- Pô, fiquei bonito! Ué. Aquela ali abraçada comigo não é a Marta Suplicy?
- Não, Presidente, é a Marisa Letícia.
- Olha! Eu e o Papa! E aquele ali, quem é?
- É George Bush, o Presidente dos Estados Unidos!
- Arriégua! Êpa! Mas aquele ali abraçado comigo não é o Sarney? Com a Roseana? E o que é que o Collor tá fazendo abraçado comigo? O que é isso? Tá de sacanagem?
- Não, presidente. Esse é o futuro!
- AAAAhhhhhh! Olha lá o Quércia me abraçando! O Jader Barbalho! Cadê o Genoíno? Cadê o Zé Dirceu?
- O senhor cortou relações com eles.
- Meus amigos? Me separei deles e fiquei amigo do Quércia?
- Pois é...
- E aqueles ali? Não são banqueiros? Com aqueles sorrisos pra mim?
- Estão agradecendo, Presidente. Os bancos nunca tiveram um resultado tão bom como em seu governo.
- Bancos? Os bancos? Você tá de sacanagem. Sacanagem!
- Calma, Presidente. O povo está gostando, reelegeram o senhor com mais de cinqüenta milhões de votos!
- Mas não pode! Cadê os proletários? Só tô vendo nego da elite ali.
Olha o Vicentinho de gravata! E o Jacques Wagner também! Mas que merda é essa?
- É o futuro, Presidente.
- E o Walter Mercado?(*) Tá fazendo o quê ali?
- Aquela é a Marta Suplicy, Presidente.
- Ah, não. Não quero! Não quero! Não quero aquele meu terninho. Não quero aquele cabelinho. Não quero aquela barbinha. Desliga isso aí!
- Mas Presidente, esse é o futuro. O senhor vai conseguir tudo aquilo que queria.
- Não e não. Essa tal de teoria da relatividade é um perigo.
- Perigo?!
- É. As amizades ficam relativas. A moral fica relativa. As convicções ficam relativas. Tudo fica relativo.
- Bem-vindo a 2007, Presidente.

(*) Astrologo Porto Riquenho, visto na foto




(**) Artigo de autor desconhecido.


quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Eu sobrevivi!



Finalmente, a tão falada cirurgia a que eu tinha que me submeter ocorreu. Não adiantou tentar "correr da raia", adiar, etc... Enfim, tomei coragem, e no último sábado, dia 01/12, "entrei na faca"! Meu desvio de septo (leia direito: é desvio de "SEPTO"!!!) foi corrigido, e agora estou de "nariz novo"!

Nos primeiros dias, é muito incômodo para dormir, ou mesmo para me movimentar: nariz "empinado", para não sangrar... Mas agora, já está estabilizando. O sangramento parou, agora é apenas a coriza e o nariz entupido. A primeira "limpeza" já fiz no consultório do médico, e agora vem uma série de outras. Aliás, aproveito para recomendá-lo a todos: Dr. Sérgio Tasso, um excelente cirurgião.
Ontem, dia 05/12, retornei ao trabalho, são e salvo!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O "cala-boca" do rei...

Muito bom o texto do advogado Fernando Montes Lopes, que reproduzo abaixo (com pequenas correções):

Todo menino passou por isso ao menos uma vez: Ter de encarar um valentão na escola. Todo mundo já foi para o recreio passando por uma odisséia mental, e a nada metafórica górgona que o aguardava era um moleque mais velho e mais forte, espancador de menores e ladrão de merenda. Todos conhecem o tipo. E todos evitavam cruzar com ele, claro. Quanto maior a distância, menor o problema. Mas alguns usavam uma tática oposta; viviam puxando o saco do sádico mirim. Eram os baba-ovos de plantão, que compravam a simpatia dele com as adulações. Quando o valentão escolhia um deles pra extravasar sua violência natural, a saída do puxa-saco agredido era fingir que tudo não passava de uma brincadeirinha do amigão. Diminuía o tempo de surra e salvava as aparências. Assim o puxa-saco continuava amiguinho do covardão e tentava fazer com que os outros acreditassem que era apenas uma travessura. E afinal, quase nem tinha doído, gente.

Semana passada Lula riu de Hugo Chávez quando foi chamado de sheik da Amazônia e de magnata do petróleo, entre outras graves ofensas. Tudo televisionado. O riso nervoso, forçado, demonstrava claramente que Lula tinha medo. Lula morre de medo de Chávez, o valentão boquirroto. Lula fez o papel de amiguinho para apanhar menos.
Lula foi ironizado, espezinhado, humilhado pelo psicopata Hugo Chávez , na Cúpula Ibero-Americana, ocorrida no Chile. Riu, nervoso, quase histérico, para disfarçar a humilhação mundial que passava. Não só ele, mas, aos olhos do mundo, todo o Brasil foi, de novo, agredido verbalmente pelo venezuelano. O mesmo que chamou nosso Congresso de papagaio dos americanos.

O rei da Espanha não comunga com esses pensamentos. Não agiu como Lula, fingindo que era tudo brincadeirinha do amigão do peito. Não foi fraco, não foi pusilânime. Quando o psicopata falou mal da Espanha e do ex-primeiro- ministro José Maria Aznar, chamando-o de fascista, ouviu o merecido cala-boca; rei Juan Carlos, um homem educado, piloto aposentando da Força Aérea espanhola, fidalgo que bem representa seu país, deu seu recado ao ditador. E ao mundo: chega desse imbecil. Algo que não ouviu do presidente brasileiro; Lulla perdeu uma excelente chance de mostrar que não somos idiotas, ou ao menos, que não é covarde. Estamos mal. Lulla riu (riu!) ao ouvir as ofensas ironicamente dirigidas ao Brasil e à sua triste figura, meu nobre cavaleiro Dom Quixote; digo, Sancho Pança. Moinhos que o digam. Cervantes foi honrado pelo seu rei. Fomos humilhados pelo nosso presidente, mais ainda que pelo falastrão venezuelano. É de chorar; justamente quem deveria, até pela força de seu cargo, defender o Brasil de Chávez, preferiu fingir que a pancada não doeu. Achou melhor assim. Lula só mostra as garras com os menores, como o jornalista americano Larry Rother, que relatou as paixões etílicas do presidente e quase foi deportado pelo "crime". Com os mais parrudos, age diferente; Chegou até a ficar amicíssimo de Fernando Collor, José Sarney e Orestes Quércia, a quem antigamente chamava de ladrões.

Com Evo Morales não foi diferente. O boliviano espoliou e humilhou o Brasil invadindo militarmente a Petrobrás, com transmissão ao vivo pela TV mundial. Lula fez que não era com ele. Como se a pedrada não tivesse atingido suas costas.

O rei espanhol provou que tudo tem limite. Fez com Chávez o que Churchill fez a Hitler em 1938: Avisou ao mundo o perigo que representa um tirano demente e armado até os dentes. Parece que Juan Carlos teve mais sucesso que o inglês em sua empreitada. O alerta foi ouvido.
A Europa cansou de Chávez. O rei disse o que muitos pensam, mas não falam. O venezuelano odeia a Espanha, um país que enriqueceu à custa de muito trabalho duro. Muito diferente da Venezuela, que empobrece a olhos vistos, não obstante as fortunas arrecadadas com a exportação de petróleo, cujos lucros vão diretamente para o ralo do populismo e da corrida armamentista.

Na escola em que o rei Juan Carlos ministra aulas, Lula ainda está no primário. E Chávez o espera no recreio, para roubar nossa merenda.

Fernando Montes Lopes
Advogado

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Casório do André


Finalmente, recebemos as fotos do casamento do André, que aconteceu no último dia 27 de outubro! Meus parabéns, e boa sorte na nova vida de casado!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Tropa de Elite: ninguém é cidadão!

Excelente artigo do Dr. Augusto César, que reproduzo aqui!
Assistindo ao filme não posso deixar de confessar que uma série de incômodos me acometeram diante da radical explicitação da realidade desse País que tanto amamos e tanto maltratamos.
Além do que já foi extensamente veiculado pelas mídias e discutido em uma infinidade de eventos, quero assinalar alguns aspectos.

O estado de tensão permanente durante toda a exibição do filme. A sensação constante de que era preciso estar atento, pois algo poderia acontecer a qualquer momento, reproduz os relatos das pessoas que vivem em nossas cidades, vítimas diretas e indiretas da violência.
Essa condição de contínua apreensão compromete e mesmo anula qualquer coisa assemelhada à boa qualidade de vida e saúde, entendida aqui como bem estar biopsicossocial.

Como aferir o grau de desgaste psicoemocional que habita a população – tanto nas favelas quanto nas casas abastadas – construindo no imaginário de todos, em especial das crianças, a lógica da sobrevivência na selva?

Do ponto de vista do desenvolvimento, qual a parcela do PIB que se perde com a violência? Será que poderia haver uma redução da violência e da corrupção mediante o investimento nas condições de trabalho e salário dos policiais, na capacitação, ou o policial não precisa estudar?
Quedaremos impotentes frente ao discurso dos políticos que convenientemente afirmam que corruptos existem no mundo inteiro e a corrupção é uma questão inerente à condição humana e como tal, irredutível?

É preciso refletir sobre o enunciado corrente de que o Rio de Janeiro vive uma situação de guerra civil. Se for isso, que os políticos assumam que estamos em guerra e a declarem, então!

No Brasil não se admite a pena de morte a não ser em situação de guerra. Mesmo assim, a sua aplicação obedece a um protocolo. Enquanto isso, procedimentos de execução sumária, sem defesa ou julgamento, não passam de flagrante e inequívoco desrespeito ao direito à vida, direito fundamental garantido na Carta Constitucional.

O Estado detém o monopólio da violência. Como disse o Capitão Nascimento, o policial precisa ter a Polícia no coração. Isso é o mesmo que não ter ou não respeitar limites?

Dessa maneira, torna-se imperiosa a reflexão: pode um agente público, encarregado de proteger a população, avocar para si o justiciamento dos infratores? Talvez sim, se admitirmos que o poder público se coloque como promotor de uma política de extermínio.

Também salta aos olhos o paradoxo existente na atitude de nossa sociedade que, evitando o enfrentamento com uma conjuntura inteiramente ameaçadora e inconfiável, não consegue encarar esse mundo de “cara limpa” ao mesmo tempo em que financia o narcotráfico.

Que sociedade é essa que busca se drogar de todas as formas – com drogas lícitas e ilícitas, e, da mesma forma, alienando-se, com a comida, o sexo, o jogo, o trabalho, a academia – optando assim pela hipocrisia das marchas pela paz, das campanhas anti-tabagismo e alcoolismo.

Sem considerar as conseqüências do uso abusivo de substâncias psicoativas, permitidas ou não, cada vez mais nos deparamos com alarmantes indicadores de padecimento psíquico na população, proveniente de situações traumáticas relacionadas com a violência explícita.

Mesmo a violência sugerida ou imaginada que acompanha o dia-a-dia das pessoas contribui para o surgimento de manifestações ansiosas, depressivas, fóbicas ou mistas, tornando-se hoje um problema de saúde pública.

O descontrole do Tenente Mateus ao agredir o estudante/traficante retrata bem a situação de impotência e revolta decorrentes do enfrentamento de valores dispostos em uma perspectiva absolutamente maniqueísta.

O Capitão Nascimento, diante de suas demandas narcísicas – o nascimento do filho e a necessidade de encontrar um substituto à sua altura – assume uma conduta implacável em sua vida pessoal e profissional. Ao enfrentar uma situação limite, passou a vivenciar um conflito entre a sua fragilizante sensibilidade e sua potente agressividade. Ao vivenciar uma tensão incontrolável o equilíbrio do seu espaço interior-subjetivo foi rompido, o que lhe custou o desenvolvimento de sintomas físicos e emocionais que se intensificaram até assumirem a forma de um Transtorno de Ansiedade.

Assim, poderíamos pensar que o Capitão Nascimento era um fraco, que sucumbia à pressão, que “amarelava”. Porém, ninguém adoece sozinho. O sofrimento psíquico não é produzido exclusivamente pelo indivíduo. Ele se apresenta como a resultante de iniciativas e atitudes construídas coletivamente.

“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”. John Donne, “Meditações XVII” (século XVI) - Ernest Hemingway “Por quem os sinos dobram” (século XX)

Cabe assinalar também a “consciência social” dos economicamente privilegiados que, atuando nas conseqüências, esquecem que são parte da causa e se dispõem – de uma forma até romântica, mas explicitamente leniente – a estabelecer uma relação promíscua com o narcotráfico, passando a usufruir da proximidade com as drogas e, claro, de uma forma ou de outra, “se dando mal”, sendo exemplados da mesma forma que os traficantes também o foram, ou seja, a regra é a mesma.

Além disso, com ironia e desqualificação, analisando as relações de poder, é colocado o discurso acadêmico foucaultiano como distante, elitista e inoperante frente ao contexto onde as regras são criadas pelo dono do morro.

Ofuscam as retinas a profusão de armamentos, cada vez mais potentes e destrutivos, e o apego aos mesmos – como uma metáfora do desamparo – por parte de mocinhos e bandidos.

Ainda chama a atenção observar a tendência à polarização entre o “bem e o mal” que as pessoas desavisadamente formulam, levadas por um “desejo exterminador” ao final do filme.

Mas o que será isso, esse grande conflito, esse paradoxo, essa ausência absoluta de alteridade, esse apodrecimento social?

Ninguém é cidadão!

Dessa maneira cai por terra a idealização construída no alvorecer das nossas vidas, e com o maior fervor, de que é suficiente respeitar os mais velhos, pagar os impostos, seguir as leis do trânsito, ser ético, ser pacífico, não difamar, não mentir, ser grato, acreditar na justiça, para, em contrapartida, ficar protegido da infâmia, da mentira, da violência, do descaso, da indiferença, dos abusos, da injustiça... Não basta ser “bom”! Cada vez mais somos surpreendidos, impotentes e frustrados ao nos deparar com a desconstrução dessa crença!

Ninguém é cidadão! Seja rico ou pobre. Constitui um equívoco pensar que o rico tem cidadania. O rico compra direitos! Se o rico possuísse cidadania não estaria residindo em condomínios fechados com vigilância armada, circulando com guarda-costas em automóveis blindados ou de helicópteros, encaminhando os filhos para estudarem em escolas privadas ou no exterior, corrompendo para obter vantagens, e da mesma forma sendo vitimado pela violência.

Eis o eixo dessa anomia. Não há como plantar e fazer prosperar quaisquer medidas minimamente eficazes – oriundas seja do poder público, seja da sociedade organizada – se essa condição inicial, a construção da cidadania, não for atendida.

*AUGUSTO CESAR DE FARIAS COSTA – Médico psiquiatra - Psicoterapeuta - Vice Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria Cultural - Conselheiro do CRM DF.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

VEJA libera revistas para leitura online

Assim como fez a Super Interessante, a Veja liberou as edições anteriores das revista pra você ver "digrátis" no site... As edições integrais liberadas vão de 1997 até 2007. Ótimo pra quem perdeu aquela matéria bacana ou uma dica interessante. Só as 2 últimas edições de banca estão fechadas para assinantes, o resto é liberado na boa. E ainda tem mais:

http://veja.abril.com.br/arquivo.shtml
Arquivo 1997-2007

Aqui você encontra todas as edições da revista VEJA publicadas na internet desde JUNHO de 1997 organizadas por data de capa. Para acessar, clique na edição desejada.

ARQUIVO VEJA
http://vejaonline.abril.com.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=1267

Nessa sessão você clica nas abas disponíveis: Brasil e sociedade, Política e economia, Ciência e tecnologia, Saúde e sexo, etc.

EDIÇÕES ESPECIAIS
http://veja.abril.com.br/especiais/index.shtml

Essa sessão traz as edições com os cadernos especiais das revista: veja mulher, vida digital, veja saúde, veja jovens e muitos outros.

terça-feira, 16 de outubro de 2007


O dia 11 de outubro foi dia de casório: os "pombinhos" Flavio e Beatriz trocaram alianças na casa de festas da Rua Canavieiras, no Grajaú (vizinha ao Grajaú Country). Toda a família estava presente. Na foto, vemos os pais e o avô de Beatriz, orgulhosos ao lado do casal. Felicidades aos noivos nessa nova fase da vida!


Dança folclórica do Ariel


No dia 6 de outubro o Ariel se apresentou, junto com seus coleguinhas da Castelo Azul, no teatro do Grajaú Country Club. A escola exibiu danças folclóricas brasileiras variadas, e a do Ariel foi a dança do coco. Foi uma apresentação muito bem ensaiada, não só a do Ariel, mas as demais também, principalmente dos mais velhos. A escola Castelo Azul está de parabéns, e é claro, o Ariel brilhou!!!


domingo, 30 de setembro de 2007

Aniversário da Nicole! Parabéns!


No último dia 22 comemoramos o aniversário da Nicole na casa de festas Funny Day, em Botafogo. A criançada se divertiu muito!


Nicole, meus parabéns! A Clara e o Ariel gostaram bastante!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Documentário simula queda de meteoro na Terra


Nós sempre estivemos falando do "ondão" e das suas consequências para o planeta, mas um documentário feito pela rede de televisão alemã ZDF trabalhou com uma das possíveis causas: a queda de um meteoro de 13 Km sobre a Terra... as consequências são devastadoras! Veja mais informações neste artigo:

Documentário simula queda de meteoro na Terra

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Paul McCartney is dead!


Lembram-se da velha "lenda" de que o Paul McCartney verdadeiro estaria morto, e que aquele que aparece do álbum Sgt. Peppers... pra cá não é mais o mesmo? Então, este site afirma que consegue comprovar isso, com comparações faciais por computador, etc... Leiam todo o artigo, e me digam o que acham...






Silvio

Cadastre-se no del.icio.us

Pessoal,

Acabei de me cadastrar no site http://del.icio.us/ . É de graça!

É muito interessante. Ali, podemos manter uma lista dos principais sites, em geral de notícias, que nos chamaram a atenção e que podemos compartilhar uns com os outros. Assim, se eu vejo uma notícia interessante, por exemplo, eu posso clicar no botão que cadastra aquele link na minha conta no site del.icio.us, e a partir de então ele fica lá, memorizado. Se eu tiver um conjunto de pessoas que também se cadastraram no site (espero que vocês se cadastrem também), e que fazem parte do meu grupo de usuários, então os links de todos ficarão visíveis para todos, e assim fica mais fácil podermos divulgar os assuntos interessantes. É possível também associar um RSS próprio, e assim, aqueles que tiverem leitores de RSS poderão ser avisados automaticamente a cada inclusão de link...

Aqueles que quiserem me incluir em seus grupos, ficarei muito contente em aceitar!


Silvio

Inauguração!!!


Olá amigos, familiares e o público em geral!!!

Estou inaugurando o meu blog pessoal, com o intuito de divulgar os acontecimentos familiares, tais como aniversários, festas, viagens, etc. Além disso, publicarei artigos de interesse geral, recolhidos na internet ou recebidos das mais diversas fontes, que possam de alguma forma auxiliar os leitores, que não tem tempo de "vasculhar" a mesma informação pela internet. Estarei também eventualmente escrevendo artigos próprios.

Sugestões e opiniões serão sempre bem-vindas!!!

Silvio Araujo